Massas

Strozzapreti alla Puttanesca

Existe uma lenda que explica o nome Strozzapreti (strangola padre), “sufocador de padres”. Diz-se que é o resultado do apetite dos padres na Itália, que é considerado maior do que o normal…
Aprendi esse prato feito com massa fresca com o Chef Mauro Poddesu, que é romano.
Segundo ele, existem aproximadamente 300 tipos de massas (formatos).
Além da receita, do preparo e da degustação, recebi algumas informações sobre o strozzapreti alla puttanesca.
O nome apareceu em Nápolis em 1517. No Lázio (Roma) a forma é de um grande gnocchi, passado em agulha de tricô. Na Umbria, uma massa de formato quadrado. Na Emília e Abruzzo, uma massa parecendo uma corda comprida do tamanho da palma da mão. Em Trentino, Alto Adige e Puglia, um gnocchi de batata. Na Calábria, um gnocchi de trigo, ovos e sal.

Strozzapreti alla Puttanesca

500 g de strozzapreti
1 kg de pomodoro bem maduro ou tomate pelati
1 colher (sopa) de extrato de tomate
100 g de alici em óleo
150 g de azeitonas pretas sem caroço
80 g de alcaparras
2 dentes de alho
Salsinha picada
Pimenta fresca picante
4 colheres (sopa) de azeite de oliva extra virgem
Sal e pimenta-do-reino a gosto

Preparo

Aqueça uma panela alta com o azeite e frite o alho e a pimenta em rodelas. Acrescente alici e frite por alguns minutos. A seguir, os tomates e o extrato de tomate e deixe cozinhar por 30 minutos em fogo baixo. No final do cozimento, junte as azeitonas cortadas em rodelas e as alcaparras. Prove o sal e adicione pimenta-do-reino e sal. O molho deve ficar bem grosso e escuro devido à azeitona preta.
Cozinhe a massa em bastante água e sal, deixando-a al dente e junte ao molho, deixando apurar um minutinho. Polvilhe salsinha.

Dica do chef: a massa é considerada “al dente” quando já está cozida, isto é, quando não tem mais nenhum ponto branco no seu interior. E, como o próprio nome diz, fica agarrando no dente. Basta cortar um pedaço de massa durante o cozimento e verificar.

Strozzapreti alla Puttanesca

Massa fresca com ovos

300 g de farinha de trigo branca
200 g de semolina de trigo duro
5 ovos vermelhos
1 colher (sopa) de azeite de oliva
1 colher (café) de sal

Preparo

Misture a farinha e o sal numa mesa, coloque a semolina e faça uma cova no meio. Adicione os ovos e despeje o azeite. Trabalhe a massa com a ponta dos dedos, adicionando água levemente morna suficiente para dar o ponto e amasse até que se torne elástica. Forme uma bola e coloque numa vasilha para repousar por 30 minutos. A consistência fica levemente quebradiça por causa da semolina.
Passe no cilindro 3 vezes, sendo 2 vezes num sentido e a 3a. vez em outro sentido (ou abra no rolo). Deixe repousar 20 minutos depois de cilindrado.
Para o strozzapreti corte retângulos de 10 cm, coloque um palito de churrasco no centro e role.
Essa massa tem o formato semelhante a uma broca de furadeira.

Dicas
  • O ponto certo da massa é quando, apertando o dedo nela, afunda e volta.
  • Se for fazer a massa num dia e cozinhar no outro, deixa-se semi-cozida, mas o ideal é fazer e cozinhar no mesmo dia.
  • Com essa massa pode-se fazer capelli d’angelo – 1,5 mm, tagliolini ou trenette – 2 a 3 mm, fettuccine – 4 mm, tagliatelle – 5 a 10 mm, papardelle – 15 a 20 mm e lasanha, cannelloni, ravióli e todos os tipos de macarrão, como strozzapreti, fregnacce e maltagliati.
Macarrão
Macarrão (Acalypha hispida)

Foto: Wikimedia.
Acalifa-macarrão, rabo-de-gato, rabo-de-gato-vermelho são os outros nomes populares. Planta originária da Índia, nome científico Acalypha hispida. Suas flores podem chegar a 50 cm.

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20 Comentários

  • Paula Pacheco

    Gina,
    Realmente que diferente, gostei da historia das massas também,as receitas hummm… você fez algum curso? Me conte mais…

    bjs,
    Paula

  • Rose

    Sufocador dos padres…rsrs nunca tinha ouvido isso…
    Mas é verdade né, os padres tem um pouquinho mais de apetite que as outras pessoas…kkkk

    Gina pior que o domingo aqui também foi chuvoso e frio…não dá nem pra sair de casa…uiuiuiui
    Bjinhus!!!

  • Gina

    Tânia, trouxe da Itália um fussilli al limone que tem o formato bem parecido com esse.
    As plantas fazem a alegria da criançada mesmo. Todo mundo tem uma história pra contar envolvendo brincar com plantas.

    Ameixa, é verdade quanto ao rigor. Você viu as medidas para cada massa?
    Também estou com você, gosto de todas.

    Dani, massa fresca sempre vale a pena.

    Leonor, esse seu método de testar a massa eu desconhecia… rsrs!

    Micas, já resgatei meus selinhos, obrigada!

    Alice, esse molho é um dos meus preferidos e olhe que até colocaria mais ingredientes do que o chef Mauro colocou.

    Angela, vou te mandar um e-mail.

    Gasparzinha, como você gosta de fazer, não custa tentar. É uma massa simpática com esse formato enroladinho. E o molho é bom demais!

    Beijos a todas!

  • micas

    que maravilha!!!…
    simplesmente adoro!
    passei para te dizer que tenho dois selinhos para ti no meu blog, quando poderes passa por lá.
    beijinhos fofos

  • leonor de sousa bastos

    Gina,

    Desconhecia o Strozzapreti!
    Realmente as variedades de massa são imensas e normalmente habituamo-nos às mais correntes e que se encontram mais facilmente no supermercado!;)

    Com todas essas dicas, lembrei-me dos tempos em que eu testava a cozedura da massa atirando um bocadinho para o tecto…se colasse, estava pronta!… não queira imaginar o estado do tecto da cozinha…eram pedacinhos de massa que íam secando numa colecção impressionante!!eheheh 🙂

    Esses strozzapreti alla putanesca estão de morte!
    Eu, que adoro massas, fiquei com vontade de comer esse prato agora mesmo!! 🙂

    Um beijo!!

  • Dani - Paladar

    Gina, nunca vi esse formato. Apesar do trabalho em enrolar uma a uma com o palitinho acho q o charme vale a pena né.

    Gostei, mais uma descoberta.

    Bjs

  • ameixa seca

    Eu sei que os italianos são rigorosos com os tipos de massas mas a mim não faz diferença, desde que a massa não falte na mesa 🙂
    Deve ser uma delícia!

  • Tânia Saj

    Gina é cultura pura!! Muito curiosa a história da massa. O engraçado são os formatos que cada uma recebe para um mesmo nome. Aqui existem cantinas italianas que chamam esta mesma (modeladas no arame)de fusili (que também dá o mesmo nome a outros cortes de massa.)
    A Putanesca é meu molho preferido!
    Ah, esta planta nós conhecemos como rabo-de-macaco….a criançada adora quando inventamos estórias sobre a origem (fantasiosa ao extremo!!)do nome! kkk
    Beijinhosss

  • Gina

    Odete, já fiz massa caseira de espinafre há muitos anos e realmente elas são muito melhores do que as industrializadas.

    Léia, esse chef tem um extenso currículo, pois esteve comandando grandes restaurantes.

    Mary, também conheci no workshop. Você viu como existem em torno de 300 tipos?

    Iliane, um prato de massa sempre é bem-vindo, não?

    Mari, tem massas bem mais fáceis de fazer do que essa. Fiz talharim de espinafre e gostei muito, mas não tenho máquina.

    Fer, massa e vinho se combinam muito bem. E foi exatamente assim que experimentamos no workshop.

    Angela, achei demorado o processo para muitas pessoas, mas para poucas vale a pena. E que não sejam glutões, claro!
    Para quem tem ascendentes italianos, não dá pra resistir a essas massas frescas.

    Beijos a todas!

  • devaneios domésticos

    Com esta receita você colore um dia cinza!!!!! Acompanhada de um belo vinho heinnnn!!!! Hummmmm!!!!Boa pedida para o final de semana.Fique com Deus!Bjks,Fernanda

  • Mari

    Gina minha querida, eu sou apaixonada por massas… apesar de já ter ganho a máquina, ainda não me aventurei a fazer massa caseira… mas essa sua receita abriu o meu apetite!!Parece deliciosa, e me deu muita vontade de tentar!!!Beijo grande,Mari

  • Odete

    Cada estoria neh! Mas os padres tinham mesmo fama de comiloes.Massa caseira, que saudades da minha Nona. Eu mesma nunca fiz massa caseira, so o marido que vez ou outra faz (so ajudo).Bjs

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