Divagações

Ramen

Blogagem Coletiva sobre o silêncio

Nessa semana, minha irmã, do blog Espiritual-Idade, nos convida a falar sobre o silêncio, a interiorização, a escuta.

Assisti ao filme The Ramen Girl duas vezes.

Na primeira, a fala em japonês não foi legendada e ficamos deduzindo a fala…
Da 2ª vez, legendadoThe Ramen Girl. O título em português é O Sabor de Uma Paixão.
Sinopse: Abruptamente abandonada pelo namorado, uma jovem americana, Abby (Brittany Murphy), se vê de repente em Tóquio, em meio a uma cultura completamente diferente da sua.
Tentando reorganizar a sua vida, Abby se percebe frequentando o restaurante de ramen típico de seu bairro.
Depois de observar os mágicos efeitos que a comida do restaurante tinha sobre os seus clientes, Abby se convence de que o seu destino é se tornar uma chefe de cozinha especializada nesse prato.
Ela convence o chefe japonês, tirano e temperamental, a ensiná-la a arte de fazer um bom ramen.
Apesar do péssimo relacionamento entre eles, descobrem que o ingrediente mais importante é cozinhar com amor.

Aperfeiçoando o ramen

Segundo os japoneses, o caldo do ramen ou lamen* é levado muito a sério, requer técnica e espiritualidade.
No filme, algumas pessoas chegam tristes ao restaurante, mas ao consumirem-no, começam a rir, alterando seu estado de espírito.
Seu chefe leva Abby à casa de sua mãe e lhe diz que sua aluna emprega toda a técnica com perfeição. A mãe explica que ela cozinha com a cabeça, que seu caldo é sem sabor. Ela deve aprender a cozinhar partindo de algo mais profundo. “Cada tigela de lamen é um presente para o seu cliente. A comida se torna parte dele, contém o seu espírito. O seu prato tem que ter uma expressão de amor puro, um presente do seu coração.”
Abby, já cansada de tentar pela milésima vez fazer o ramen perfeito e o resultado não agradar ao seu chefe, deixa as lágrimas rolarem enquanto o prepara. Cinco pessoas que experimentam seu prato começam a chorar…
Será que transmitimos ao alimento a nossa energia vital?

 

Sobre o ramen ou lamen

*O ramen é considerado o prato número 1 dos japoneses.
Ele é um prato farto, elaborado com macarrão bem fino e servido num caldo, que foi cozido lentamente com ossos de porco e galinha, enriquecido com legumes e ervas aromáticas.
O tempero é dado pelo sal (shio), molho de soja (shoyu) ou pasta de soja (misso).
Os acompanhamentos podem ser lombo (tyashu), que é um dos mais tradicionais, verduras e legumes (yasai), camarão (ebi), caranguejo (kani), gyoza, frutos do mar e outros.
No filme, Abby personalizou o ramen, colocando milho, pimentão e tomate e abriu um restaurante chamado The Ramen Girl.

Veja, também, o filme O Pão da Felicidade.

Dados:
Cinepop
Wikipedia

Reflexões

Seguem reflexões sobre a “escuta”, que não exercitei…
Algumas vezes não ouvi o timer apitar e o assado passou um pouco do ponto.
Se tivesse escutado os primeiros estalos do arroz secando na panela, não teria sentido o cheiro de queimado…
Há muito anos deixei uma chaleira no fogo secar a tal ponto, que o cheiro de queimado ficou insuportável.
Será que na hora em que tudo começa a dar errado na cozinha, não é hora de procurar onde falhamos?
Será que nossa vida anda tão agitada, que fazemos algo com pensamento sempre voltado para o que vem a seguir?
Será que deixamos nossas preocupações ocuparem o espaço da atenção que deveríamos dar ao prato que estamos executando?

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30 Comentários

  • Karina

    Olá!
    Raríssimas vezes leio inteiros os posts dos blogs que visito… mas é incrível que vasculhei muito o seu e li todos até o final!
    Seu prazer pela culinária e a paixão pelas flores é demais! Super estimulante…
    Comecei a morar com meu namorado há pouco menos de 3 meses e sofria cozinhando porque sabia que “a comida da mãe dele é a melhor do mundo”. Querendo “disputar”, percebi que havia perdido o gosto por cozinhar porque “ele não vai gostar mesmo…”.
    Diferente da mãe dele, não sou de usar temperos artificiais (temperos prontos); sou um pouco natureba (rs).
    Mas comecei há alguns dias fazer a comida pensando leve, sem nem ficar me preocupando demais em “agradar” e sim fazer “algo bom”. Deu certo! Estou retomando meu jeito na cozinha, retomando o prazer de cozinhar…
    Parabéns pelo blog.. é sensacional!

    • Gina

      Olá, Karina!
      Que delícia seu comentário!
      Você tem toda razão, nada de querer disputar, ainda mais com sogra. Algo bom, bem feito, pode ser “a” comida que vai marcar o momento, não importa que seja bem simples. Ir para a cozinha com prazer faz toda a diferença!
      Acabei de assistir a um filme, tal como esse, que me deixou tão inspirada, que acabei de preparar um pão baseado nele. Está esfriando nesse momento. Não vejo a hora de provar!!
      Muito obrigada pelos elogios e continue motivada!
      Um abraço.

  • tania

    Adorei seu comentário e já fiz uma refeição simples com a intenção de fazer o namorado ficar até o dia seguinte, ele adorou o sabor da refeição, que era bastante simples, e foi ficando e só saiu no final do dia seguinte.
    Sim, nossas emoções e desejos interferem nos alimentos. Alguém disse que quando você faz um chá é só uma bebida, mas quando põe intenção se torna uma poção.

  • Renata

    Gina,

    Assisti a este filme ontem, e apesar de ser um filminho água com açúcar, como a gente costuma dizer, valeu-me por duas coisas: saber um pouco sobre essa tradição japonesa que me era totalmente desconhecida, e poder mais uma vez comprovar que a cozinha deve ser executada com a “alma”!

    Boa dica,valeu muito a pena!

    Um abraço,
    Bom domingo!

  • Gina

    Rute, acho que nós que estamos voltadas para a culinária, sempre nos identificamos com filmes do gênero.Só uma ressalva, esse ramen não é meu, mas quero ver o seu!Bjs.

  • RUTE

    Já assisti ao filme e gostei. Obrigada pela sugestão.Seu Ramen está perfeito! Vc cozinha com alma e publica com alma também. O NacoZinha Brasil é o seu reflexo, assim como suas confecções dizem muito do seu estado de espirito.Tou com vontade de inventar um ramen proprio 😉 Já tenho os neurónios a funcionar.

  • Gina

    Gilberto,A transformação que a mistura dos ingredientes passa até gerar algo comestível é incrível. Se formos imaginar o consumo de farinha de trigo pura, ovo cru, sal ou açúcar isoladamente, não teria como agradar ao paladar. A magia está não só na dosagem dessa mistura, como na forma de preparar o alimento. Tanto é fato, que a mesma receita sendo feita por várias pessoas, não resultará num prato idêntico!Grata pela sua colocação sempre incentivadora.Um abraço.

  • Gilberto Gonçalves

    Oi, Gina, cozinha e magia sempre andaram juntas de mãos dadas. Por isso, existe um momento no ato de cozinhar que tudo se cala, enquanto a mente se transporta pra panela e dá-se a magia.A sensação é de silêncio absoluto, numa espécie de transe mágico, para que se dê a transmutação dos vários ingredientes no sabor perfeito.Quando faço meus pães integrais, há uma necessidade de silêncio, senão exterior, pelo menos dentro da mente, para que a massa dê a liga. As energias das mãos explicam o fato, mas o ato em si é pura magia.E para que isso ocorra, é preciso saber escutar. A sua habilidade na cozinha é a maior comprovação de que sabe escutar, pois só assim se dá a magia na cozinha.Abraços.Gilberto.

  • Gina

    Rô, estou me “virando nos 30” pra dar conta de cumprir todas as etapas desse desafio!Laura, dá pra perceber sua dedicação pelos posts que apresenta.Welse, é um filme que fala conosco.Paula, também sou a favor do bom humor, que nem sempre temos… “Paciência, na próxima fica melhor”, deveríamos pensar, mas somos exigentes e nos cobramos perfeição sempre.Seja bem-vinda e volte sempre!Rute, que pena não aderiu, mas também não estou conseguindo aderir a tudo que pretendia.Pois é, fiquei devendo a flor dessa vez!!!Beijos a todas!

  • RUTE

    Gina,lamentavelmente não consegui aderir à blogagem colectiva de Domingo (com muita pena minha), pois levei a semana toda pensando num textozinho sobre desenvolvimento interior.Quanto ao filme, obrigada por divulgar. Já aluguei no clubvideo online!!! Esta semana vou assitir, depois lhe conto.Que rico ramen! O seu artigo está completissimo. Mas senti falta da flôr :)Beijinho. Continuação de melhoras.

  • Paula

    Olha, Gina, não é só na cozinha, não… A vida precisa de tempo e calma para florescer, e nós também!! Acho que exigimos demais de nós mesmas, temos que fazer, temos que fazer!! Aff… Tem dias que não dá certo, uai! Paciência, certo? O importante, acima de tudo, mesmo com tudo queimado, é saber rir de si mesma, é jamais perder o bom humor, jamais. O resto virá.Uma semana iluminada!!

  • Laura Lucia

    Gina,
    A cozinha para mim é o meu local de relax. Adoro cozinhar quando minha funcionária já foi embora, pois a calma e o amor que ali reinam, deixam-me livre de qualquer pensamento desagradável.
    Você tem razão, quando vou pra cozinha por obrigação, geralmente faço algo errado. Claro,se eu não estou copmpletamente ali, então vou fazer tolice…
    Ótimo seu post.
    Um grande beijo

  • orvalho do ceu

    Oi, Gina
    Que post mais interessante!
    Vc sempre inovando e adaptando… inteligentemente… como todos os que participam da nossa BLOGAGEM COLETIVA ESPIRITUAL ECUMÊNCIA…
    A cada Domingo nova riqueza, agradecida estou ao nosso Bom Deus…
    Bjs e votos de uma perfeita escuta para aperfeiçoar a alegria e paz em sua vida.

  • Gina

    Angela, imagino que fase difícil você passou com seu filho até os 4 anos! É dificil conciliar tudo, principalmente com crianças.

    Zininha, principalmente aqueles que nos remetem a fatos e momentos marcantes que vivemos.

    Ameixa, alguns pratos japoneses eu gosto. Sushi e sashimi é que não fazem muito o meu gênero.

    Renata, você retratou bem o quanto passamos para o alimento nosso estado de espírito.
    Assista e me conte.

    Manuela, obrigada!

    Flora, seus interesses são iguais aos meus.
    Vou anotar alguns desses filmes para assistir.

    Monica, acho que esse filme tem tudo a ver com a gente. E tem toda questão cultural japonesa também.

    Cláudia, nem tudo é perfeito, mas a gente deve atentar para esses detalhes. Se a gente não está num dos melhores dias, tem que tentar não inventar muita moda na cozinha. Quanto mais simples, melhor.

    Eliane, grata por compartilhar sua aventura na cozinha. Isso já aconteceu com minha mãe e também foi feijão no teto. Que perigo!

    Dani, fico feliz que tenha feito você refletir. Acho que tudo na vida é assim. Quanto mais as pessoas falam, mais estimulam a reflexão.

    Boa semana a todas!

  • Le

    Adorei esse post!
    Como o meu olfato está falhando cada vez mais, preciso ficar muitíssimo atenta para que a água não seque, a comida não queime…
    Os ciganos jamais preparam seus alimentos se estiverem impuros, ou de mau-humor, ou remoendo pensamentos negativos.
    Dizem que a comida fará mal a quem for servida.
    Nisso eu acredito.
    Bj

  • ELIANE TAVEIRA

    Oi Gina,

    Fiquei curiosa para assistir esse filme…
    Amo a culinária oriental!
    Já deixei uma panela de feijão explodir! Imagine o estrago!!! Sorte de não machucou ninguém… Depois a gente ri, era feijão no teto e pra todo lado… Uma comédia!!! Isso que dá querer fazer mil coisas ao mesmo tempo…

    Beijos

    Eliane

    receitaserecipestop.blogspot.com

  • Magia na Cozinha

    Adorei o seu post e acredito totalmente que passamos nossa energia vital para absolutamente tudo o que fazemos.
    Quando eu faço as coisas, tenho que fazer com amor. É o único jeito possível. É isto faz toda a diferença.
    Bjs 🙂

  • Monica

    Que post lindo e inspirador Gina! Agora PRECISO assistir este filme.
    menina, acredito muito nisso tudo que vc falou. Pensou que a gente pode abençoar ou envenenar alguém com os sentimentos que colocamos no preparo dos alimentos.
    adorei seu post, parabens.bjk

  • Flora Maria

    Adoro filmes que mostram restaurantes e sua magia, e esse deve ser mesmo ótimo.
    Gosto muito do "Sem Reserva", do "Sabor da Paixão", com a Penélope Cruz e o Murilo Benício, além do delicioso "Chocolate".
    Tem um, (não lembro do nome) que é muito interessante, pois a moça adquiriu o dom mágico de fascinar as pessoas com sua comida, assim que passou a usar um brinco que era da mãe.
    Jardinagem, culinária, artesanato, decoração são assuntos que muito me agradam.

    Gostei muito do seu texto, e da reflexão sobre o seu ouvir.

  • Renata

    A minha cozinha costuma ser meu "espelho"…as minhas criações exprimem meus sentimentos…então,num dia de stress, de cabeça "ruim", de coração apertado, não adianta que a coisa não sai bem feita…fica tudo péssimo,uma gororoba total!
    Por outro lado, excercitar a gastronomia me relaxa e me anima, me leva ao desconhecido, me faz viajar!
    Estou com esse filme em casa, vou ver logo…engraçado, na hora em que vi a capa achei que fosse mais um filminho bobo, mas voce me fez mudar de idéia!

    Um abraço minha amiga
    Boa noite

  • ameixa seca

    É importante ter todos os sentidos alerta 🙂 Nem sempre é fácil!
    Nunca comi esse prato mas sou fã de cozinha oriental e gostava de experimentar 😉

  • Zininha

    Tem prato que parece nos falar…
    apenas temos que ter a sensibilidade de entender seus recados…

    este parece dizer bem ao pé do ouvido…

    como sem culpa…

    Linda post… obrigada pela visita…e pelo coments…

  • angela

    adorei, de novo, sua postagem. bem comigo já aconteceram varias coisas,as quais,sempre associadas a correia e situações de extrema tensão, por exemplo ferver mamadeira,adormecer e somente acordar com o cheiro do latex queimado, explico a primeira noite que meu filho dormiu, uma noite inteira, ele tinha quase 4 anos, ou seja o sono reparador era muito necessário. atender telefone e salgar duas vezez o prato, ficar na duvida se já tinha colocado ou não o fermento,quem tem home office sabe bem o que é isto. bjs

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