Ano Novo e Natal,  Bolos e bolinhos

Moti – bolinho japonês de Ano Novo

O mochi ou moti (para os brasileiros) é um bolinho de arroz japonês, uma tradição culinária de Ano Novo.
Minha neta japonesinha experimentou seu primeiro mochi nessa passagem de ano.
Os bolinhos foram feitos em Floresta (PR), onde foram buscar e acompanhar o processo de confecção. Assista ao interessante vídeo!!

Moti

2 xícaras (chá) de arroz moti cru (mochigome)
200 ml de água
Amido de milho para enrolar

Preparo

Lave o arroz e deixe-o de molho de um dia para o outro, com água que cubra os grãos.
No dia seguinte, lave novamente, coloque a metade no liquidificador, a água e bata bem.
Adicione o restante do arroz e bata até ficar bem lisinho.
A quantidade de água pode variar. O importante é dissolver bem.
Leve ao micro-ondas por 5 minutos. Vai ficar bem gelatinoso.
Deixe esfriar ligeiramente, mexa bem, passe amido de milho para retirar porções de massa e formar bolas.
A receita veio de Miriam Fukami. Ela usa luvas e aconselha passar amido na colher também, para não grudar.
Se deixar esfriar demais, não consegue enrolar.
Têm que ficar bem lisinhas e rendem aproximadamente 20 (depende do tamanho da porção).
A massa também pode ser cozida no vapor ou em panela elétrica própria.
Os bolinhos são grelhados em pouco óleo, dos dois lados e servidos com molho.

Molho

3 colheres (sopa) de molho de soja (shoyu)
Açúcar a gosto

Fazendo mochi em pilão japonês
Foto: Clineu Uehara
Batendo o moti

O ato de bater moti (moti tsuki) de forma tradicional é feito num pilão japonês (ussu) com uma grande marreta (tsuchi).
Essa atividade é feita pelos homens, geralmente dois, quando um bate a massa de arroz cozido e outro molha e vira. Dessa forma, a massa não gruda nem no pilão, nem na marreta.
É preciso bater bem até que fique lisa e firme.
Esse tipo de pilão é escavado em tronco de árvore grande, depois recebe um banho de cera para preencher rachaduras.
Dados: Cultura Japonesa.

Como se pode ver, é trabalhoso, exige força, apoio de muitos para conseguir produzir o moti de forma tradicional em grande quantidade.
É uma atividade cheia de simbologia, representando a esperança de fartura à mesa no novo ano, graças ao esforço e solidariedade.

Comendo mochi
Foto: Silvana Castro

O mochi mais simples não tem recheio, tal como na receita acima. Mas pode ser feito com recheio de doce de feijão azuki.
A netinha comeu seu primeiro mochi, apenas com uma pequena quantidade de shoyu light (baixo teor de sódio e sem açúcar).
A recomendação é cortar em pequeninos pedaços, já que é bem glutinoso mesmo.

Moti, oferenda de Ano Novo
Foto: Mineko Nakajima
O mochi no Japão

A amiga Mineko, que vive no Japão, me mandou algumas fotos e informações, que repasso com prazer.
Segundo ela, esse mochi decorado, chamado Kagami mochi, grande, com um menor em cima, é oferenda para Deus e para os antepassados. Por tradição, ele é aberto dia 14 de janeiro.

Moti - bolinho japonês de Ano Novo
Fotos: Mineko Nakajima

Esses mochis coloridos são servidos em dias festivos e não têm recheio. São feitos e embalados em máquina e duram bastante.
Os mochis caseiros têm durabilidade curta.
A amiga costuma assar os mochis em forninho, passa no shoyu e come com algas em folhas (nori).
No Ano Novo, depois de amolecer no microondas por 20 segundos, ela coloca dentro de uma sopa de frango feita com shoyu, chamada ozouni.

Veja, também, o Festival da Primavera (Haru Matsuri) e a variada culinária japonesa.

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9 Comentários

  • Letícia

    Oi, Gina! Passei minha infância vendo o preparo do mochi ao vivo, todo fim de ano – minha avó era a corajosa que molhava e virava a massa, enquanto o marido e os filhos batiam o tsuchi. As filhas, cunhadas e netas modelavam os bolinhos.

    Para mim, o ano não começa direito se não tiver mochi (que eu saboreio grelhado, molhado em uma misturinha de shoyu e açúcar). Hoje já se compra a farinha de arroz glutinoso para fazer mochi em casa. Ou, ainda, o mochi prontinho (nos mercadinhos japoneses é fácil encontrar). É bom também, mas me dá uma pontada de melancolia pelo ritual que já não acontece mais.

    Obrigada por divulgar essa tradição tão cara para quem é ‘da corônia’. 😉

    Beijos!

    • Gina

      Ah, Letícia, fiquei tão feliz por você ter gostado!
      Tão interessante tudo isso! Essas memórias afetivas ficam eternamente para quem é descendente.
      Para mim foi um prazer divulgar e saber que houve repercussão em você.
      Bjs.

  • Rachel Azevedo

    Muito interessante Gina, nunca comi mas fiquei bastante curiosa, confesso que o vídeo me deu nos nervos… o socar tem de ser bem sincronizado, para não pegar a mão do outro…rsrsrs. A netinha está linda hein?
    Bjuss!!!

    • Gina

      Interessante demais! Adoro esse lado cultural dos alimentos.
      Tem que ter sincronização mesmo, confiança, trabalho em equipe, força e tudo mais. Só japonês mesmo, né…rs?
      A neta é uma figurinha! É lindinha mesmo… Come muito bem e gosta de quase tudo. Ainda não consumiu açúcar e come muita coisa saudável. Espero que continue assim!
      Bjs.

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