Pães

Pãozinho de Santo Antônio

A cada semana vai se tornando mais difícil conciliar a abordagem de espiritualidade com um blog de culinária, mas esse é um desafio extra, para quem deseja participar dessa corrente do bem, lançada pelo blog Espiritual-Idade.
Curiosamente, parei para pensar e descobri que tem muita coisa em comum. Relacionei alguns itens e vejam que interessante:

Gula x pecado; doces de origem conventual; o cordeiro; o pão; o vinho; o jejum, seguido de fartura; a colomba pascal; a bênção dos alimentos, tradicionais em etnias polonesas e ucranianas, entre outras.
Comidas com nomes de santos, como torta de Santiago, que já publiquei; bolo de reis e vai por aí afora.
Para esse desafio, escolhi o pãozinho de Santo Antônio, que é benzido e oferecido às pessoas no dia 13 de junho nas igrejas.

Pãozinho de Santo Antônio

1 kg de farinha de trigo
30 g de sal
80 g de açúcar
100 g de manteiga
120 g de fermento biológico fresco
4 ovos
300 ml de leite morno

Preparo

Misture o leite ao fermento e deixe levedar. A seguir, junte todos os ingredientes e sove bem. Dê forma aos pãezinhos e deixe crescer, até dobrar de volume. Asse em forno preaquecido a 200º até dourarem.
Nota: Usei a máquina de fazer pão para amassar, moldei, coloquei em formas untadas e polvilhadas, deixei mais uns 10 minutos para crescer novamente e levei ao forno convencional com 4 cortes cruzados. Polvilhei um pouco da farinha.
Receita do livro “Santas Receitas”, de Sonia Abrão.

Sonia_Horn

Ilustrações: Sonia Horn. Sugiro que vocês conheçam seu lindo trabalho de colagem. Aliás, toda a família é de artistas talentosos.

A tradição do pão de Santo Antônio

A história do pão de Santo Antônio remonta a um fato curioso que é assim narrado: Antônio comovia-se tanto com a pobreza que, certa vez, distribuiu aos pobres todo o pão do convento em que vivia. O frade padeiro ficou em apuros quando, na hora da refeição, percebeu que os frades não tinham o que comer: os pães tinham sido “roubados”. O frade padeiro foi contar ao santo o ocorrido. Este mandou que verificasse melhor o lugar onde os tinha deixado. O Irmão padeiro voltou estupefato e alegre: os cestos transbordavam de pão, tanto que foram distribuídos aos frades e aos pobres do convento. O pãozinho de Santo Antônio é, por tradição, colocado pelos fiéis nos sacos de farinha, com a fé de que, assim, nunca lhes faltará o que comer.

Reflexão

É interessante ressaltar o respeito à diversidade de crenças e costumes. Aqui não cabe questionamentos sobre fé, religião ou crendices. Para isso, selecionei uma mensagem que recebi por e-mail:
“PRATO DE ARROZ
Um sujeito estava colocando flores no túmulo de um parente quando vê um chinês colocando um prato de arroz na lápide ao lado.
Ele se vira para o chinês e pergunta:
– Desculpe-me, mas o senhor acha mesmo que o seu defunto virá comer o arroz?
E o chinês responde:
– Sim, geralmente na mesma hora em que o seu vem cheirar as flores!

Respeitar as opções do outro, em qualquer aspecto, é uma das maiores virtudes que um ser humano pode ter. As pessoas são diferentes, agem diferente e pensam diferente. Nunca julgue, apenas compreenda.”

Flor-de-santo-antônio

Flor-de-santo-antônio (Cuphea ignea)

Foto daqui.
A Cuphea ignea é natural do México. Tem esse nome popular porque a flor, quando destacada e invertida, lembra a imagem de Santo Antônio. Também conhecida como chispa, cigarro-aceso e santantoninho.

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34 Comentários

  • Josy

    Gina que lindos pãezinhos, antes de me tornar espirita, fui criada na igreja católica, pertinho de casa existia o colégio Santo Antonio e a Igreja Santo Antonio, fiz o primário e o ginásio la, tenho as fotos guardadas com carinho, minha primeira comunhão foi na Igreja Santo Antonio, meu pai era extremamente católico e todo dia de Santo Antonio dia 13, íamos assistir a missa e traziamos pãezinhos benzidos pelo padre. São recordações muito gostosas, que me levam a boas lembranças dos meus pais. Dias felizes. Gostei da receita e vou levá-la comigo. Adorei a mensagem é muito oportuna, quem somos nós para julgar o outro não é? Acabei de falar isso no meu email hehe. Obrigada por indicar esse link, adorei…bjos querida

    • Gina

      Revendo hoje esse post, por ser dia de Santo Antônio, que legal essa vivência tão semelhante à minha. Também estudei em colégio de freiras.
      O curioso é que até a publicação desse post, pouco conhecia sobre as tradições envolvendo o pãozinho.

  • Anonymous

    Meu padroeiro é Santo Antônio minha mãe sempre doava para a tradicional festa da comunidade 100 pãezinnão não sabia o significado da doação . Valeu!

  • Gina

    Verena, sei como você gosta de pães. Também sou assim, não posso ver uma receita nova de pães.

    Gilberto, Santo Antônio tem esse enfoque de casamenteiro mesmo. Mas respeito é tudo!
    Mesmo quem é de outras religiões, não desconhece essas tradições populares.

    Rachel, as festas juninas esse ano, por conta do Copa, ficaram em segundo plano.
    Essa também é a minha opinião sobre a diversidade de crenças.

    Luma, que bonita sua abordagem! Obrigada!

    Rê, não desanima, vai em frente!

    Odete, esses "divinos" pães foram tão aprovados, que já repeti a dose, usando farinha integral.
    Te deixei saudosista com as festas juninas, né?

    Welse, a Sonia é uma ilustradora incrível.
    Faça o pãozinho.

    Renata, religião não se discute.
    Que bom que você gosta das minhas sugestões.

    Carol, não é só a aparência, são muito bons mesmo.

    Katia, ainda bem que encontra um tempinho pra vir me visitar.
    Grata pelo incentivo.

    Paula, ficou bem oportuna a história para você.

    Maura, pois faça!

    Beijos a todos!

  • Katia Bonfadini

    Gina, que pão delicioso e que linda colagem!!!!! Acho seu blog tão inspirador!!!!! Tô na maior correria, mas precisei dar uma passada aqui pra ver as novidades!!!! Bjs!

  • Carol Pimentel

    Gina,

    Será que pode mandar por sedex?rs
    Achei muito bonito o formato. Ficaram belos. Imagino que gostosos também. Já separei para serem testados.
    Bjs
    Boa semana

  • Renata

    Oi Gina,

    Quanto à religião, prefiro não me declarar..afinal, fé cada um tem a sua…mas os pãezinhos…fantásticos!!!! Já tá aqui pra poder tentar a qualquer hora, adorei!!!!

    Aliás, vc tem nos mostrado cada coisa genial!!!

    Um abraço,
    Ótima semana!

  • Odete

    Costumava gostar tanto das festas juninas, os dias dos Santos e as comidas tradicionais. Depois de muito tempo longe, essas coisas vao se distanciando tambem. Que bom que pelos blogs todo volta a lembranca. Adorei esses paezinhos, 'divinos'!

    bjs e boa semana

  • Bom dia Gina.
    Obrigada pela força e esclarecimento.
    Vou ëstudar¨e ver se consigo voltar.
    Estou um pouco desanimada, mas vai passar.
    Um semana de muitas bençãos á vc. e sua família.
    bjs. Regina

  • Luma Rosa

    A comida é toda espiritual, é sagrada! Assim cresci ouvindo a minha mãe dizer para não desperdiçarmos ou mesmo quando alguém queria dizer do sofrimento de outra pessoa "Fulano, comeu o pão que o diabo amassou". Por isso também agradecíamos ao receber o alimento, mas hoje, as pessoas encontram tudo prontinho nas lojas e não sabem do sacrifício que é fazer o fruto brotar da terra e já não mais agradecem! As festas familiares eram basicamente para isto, inclusive o natal, um agradecimento pelo pão recebido durante o ano de Cristo. Estou copiando a receita e vou testar!! Beijus,

  • Rachel

    Gina, acredita que só agora me dei conta de que era dia de Santo Antonio…lembrei-me que minha mãe sempre pegava o pãozinho na igreja e colocava no pote de açúcar.
    Não conhecia a receita do pão, vou testar, a flor também não.
    A mensagem das flores e do arroz é muito oportuna, nunca devemos questionar as opiniões e as crenças das pessoas, é preciso muito respeito acima de tudo!

    Bjuss e ótima semana pra você!!!

  • Gilberto Gonçalves

    Gina, o seu símbolo de fé, o pão de Santo Antônio, entrou no espaço e no tempo certo, pois não é que hoje é o dia do Santo!
    A fé é maior do que o sectarismo religioso, pois as moças de qualquer religião sempre esperaram uma ajudinha do Santo casamenteiro. E se ainda tem um pãozinho milagroso, aí mesmo é que ninguém dispensa um milagre, ainda que diga não acreditar nisso.
    Os meus dois avôs chamavam-se Antônio, o materno fazia uma festança de fogueira e balões, e sempre tive uma afinidade muito grande com esse santo, bom homem ou mestre, como cada um prefira chamá-lo.
    Eu sou um ecumênico convicto, acho que todas as religiões têm valor para quem as segue, mas para mim, que me desculpem os crentes de outras religiões, quem tem aturado com paciência e por tanto tempo os apelos de casamento é de fato um santo.
    Abraços, Gina.
    Gilberto.

  • Verena

    Gina, que lindo post!
    A foto dos pãezinhos está perfeita, fiquei tentada a ir para a cozinha já fazer…mas lembrei que ontem mesmo fiz um pão de semolina…então ficará para a próxima vez.
    Um beijo e ótima semana!

  • Gina

    Rosélia, que bom que você está gostando. Tenho me esforçado para conciliar a temática e esse, particularmente, calhou bem com a data, não é?
    Ainda não comecei a pensar na próxima semana…
    Tmbém fico muito feliz que sua blogagem coletiva esteja sendo um sucesso, que as pessoas estejam aderindo a cada semana. Vou conferir as participações.

    Eliane, como fiz 1/2 porção dessa não durou nadinha e já repeti a leva,usando uma parte de farinha integral.

    Rute, obrigada pelo link, fiquei curiosa!
    Respeito não se impõe, não é mesmo?

    Helena, a flor já conhecia e estou repetindo sua publicação, pela primeira vez no blog. Mas o pãozinho nunca tinha feito e está aprovado.

    Rosan, cada um tem um olhar diferente sobre o post. Seu encantamento com os cactos, logo fez com que o México lhe chamasse a atenção… Assim, vamos conhecendo as pessoas que frequentam nosso cantinho.

    Marly, tem razão, acho que é o pão que fiz até hoje com a maior quantidade de fermento.
    Boa associação você fez com a flor de laranjeira. Esse aspecto de casamenteiro não quis abordar, preferi me restringir ao aspecto de não faltar pão à mesa.

    Rê, já fui lá visitar seu cantinho e deixei recado.
    Seja bem-vinda e agradeço suas palavras de carinho.

    Ana, que bom você conhecer, assim pode atestar que são bons.

    Flora, pois é nesse pensar que reside o desafio!
    Por acaso nunca participei dessa tradição do pãozinho.
    Se a gente não respeitar as diferenças, não conseguimos conviver bem com as pessoas, não é?
    Já lá se vão quase 2 anos e até agora consegui achar flores apropriadas à temática. Nem eu imaginava que conseguiria…, mas às vezes exige um bom tempo de pesquisa.

    Ameixa e Vice, também achei gracioso e gostoso.

    Beijos a todas!

  • Flora Maria

    Gostei demais dessa postagem, Gina !

    Assim como você, eu também fico dando "tratos à bola" para achar um texto que combine com o tema. E no final, acabo encontrando…

    Lembro que algumas vezes fui com minha mãe pegar o "pãozinho de santo antonio" para guardar no saco de pão.
    Gosto muito dessas tradições.
    Adorei a história do buquê de flores e do prato de arroz !!!

    E admiro sua incrível capacidade de buscar as flores certas para cada postagem !

    Beijo

  • Oi Gina,
    Adorei seu blog.Achei linda a história de Santo Antonio, do prato de arroz e da mensagem que vc. deixou no final. Para se refletir sempre.
    O pãozinho com certeza vou fazer.
    Uma semana iluminada

    regina

  • Marly

    Gina,
    Que pãozinhos mimosos! Eles levam bastante fermento, né? Eu já vi o povo levar pães para as igrejas católicas-romanas, no dia de Sto. Antonio. Mas eram pães comuns (franceses), comprados em padarias, rsrs. A flor de Sto Antonio é também muito curiosa. Se me perguntassem qual era a flor de Sto. Antonio, eu diria que é a de laranjeira, pela fama de casamenteiro que o Santo tem, rsrs)

    Beijinho, bom dia e boa semana

  • Rosan

    olá Gina.
    a receita parece ser de um pão muito gostoso, pelos ingredientes já +ou- temos uma noção.
    gostei de relembrar a historia dos pães.
    a flor de Santo Antonio, é muito bonita, e mais uma do Mexico, como tem coisas lindas por lá, além de toda a diversidade de cactos…é uma riqueza sem par.

    beijo de luz

  • RUTE

    Oi Gina,

    tenho andado fugida 🙂
    Esse desafio de conjugar culinária e espiritualidade é muito interessante.
    Noutro dia deparei-me com um livro de receitas muito interessante (Sabores da Biblia)neste link:

    http://www.assirio.com/livro.php?codigo=252004

    Adorei a sua historia das flores e do arroz. Temos mesmo de respeitar as opções de cada um. Eu por exemplo detesto cemitérios, nem lá levo flores, nem arroz 🙂

    Obrigada por todo o texto e pelos belos pãezinhos de santo antónio. Adorei o corte superior em formato de estrela.
    Bom fim de semana pra vc.

  • orvalho do ceu

    Bom dia, querida Gina
    Hoje estou em casa e muito feliz, sabe por que?
    Posso acolher, pela madrugada que se inicia, sua postagem da nossa BLOGAGEM COLETIVA ESPIRITUAL ECUMÊNICA…
    Lágrimas me vêm aos olhos… é bom demais se sentir amada… é como me sinto quando leio cada post.
    Muito obrigada pela sua adesão. Só nos deixa mais contemplados e em profunda harmonia com a Fé que nos une de aluma forma.
    Gostei muito das suas ressalvas… muito convenientes. Parabéns!
    Ter participado, ativamente, da Devoção do Pão de Santo Antônio é motivo de alegria quando me recordo dos velhos tempos (e bons) no ES…
    Tenho impregnado na alma a religiosidade (herdada)… Deus a alimenta e Lhe sou muito grata.
    Outra culinarista aderiu também e fico impressionada como vcs se saem bem. Criativa como vc é não podia esperar por menos.
    Bjs e muita fé no Deus que habita em vc.

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